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É diferente de acomodar. Entende? Como eu vou explicar isso...
Até um tempo atrás, a moda era sair da zona de conforto, fazer o que tem que ser feito, pra atingir um objetivo (?). Objetivo que, muitas vezes, nem era bem pensado. Era a reprodução do conceito de sucesso do outro. Era ver alguém feliz e idealizar aquela falsa perfeição. (Ora, eu preciso falar por mim. É o certo.)
O problema todo é que eu não parei pra olhar pra dentro. Me conhecer. O que eu queria? O que era ideal pra mim? Tenho essa resposta, agora? Claro que não. E nunca terei. É perturbador e confortante ao mesmo tempo. Perturba não saber se o que eu tô fazendo hoje vai dar certo, e me conforta saber que, se der certo ou não, lá na frente já terei outros objetivos, outras visão das coisas. Umas pedras vão entrar no caminho e me fazer andar por outro lado... E tá tudo bem, sabe? Tudo bem a gente mudar de opinião, objetivo, ideia, posicionamento...desde que isso faça o bem pra gente, e não machuque ninguém. (Me lembrou da responsabilidade afetiva, que eu quero escrever sobre isso aqui, também)
Enfim, passei a aceitar que algumas coisas não mudam. Muito menos, pessoas. Parei de projetar expectativas em coisas que são como são e eu não tenho influência sobre elas. Significa que eu vou aceitar tudo e qualquer coisa o tempo inteiro? Não. Mas se é um detalhe de um todo, prefiro o entendimento de que aquilo faz parte da característica de alguém ou alguma coisa.
Como eu reajo ao que me incomoda? Isso sim diz mais sobre mim do que a coisa em questão. Sei lá. A gente vai ficando velha (e olha, são 34 anos, apenas, e assim já me considero), e vai percebendo que tem coisa que não vale a pena. A perfeição não existe. O clichê "o importante é estar vivo" assim é chamado porque é verdade. Ter ambições é saudável. Estipular um objetivo de vida é muuuito complexo e gera, na maioria das vezes, frustrações.
Eu sei porque andei frustrada por não ter conseguido algumas coisas que eu queria muito, que eu fiz tudo que estava ao meu alcance pra conseguir, inclusive. Talvez ainda queira, mas não fico mais esperando - e não é triste, como parece na escrita. É meio libertador. Aí me pergunto: pensar assim já é uma estipulação de objetivo? Não quero. Aff.
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